orkútica

a maioria de scraps que a gente recebe são: Olha Essa "Comu" e lá vai um endereço que acaba com 5 alguma coisa (quando a gente não recebe fotos daquela festa que a gente foi em 2000 e que não existe). algumas comunidades são bem cômicas tipo: "Chute um Emo e ganhe 1 real", "Amarre aqui seu bode" ou "Anão vestido de palhaço mata 8". Mas eu gosto mesmo é das poéticas que o orkut nos reserva.
"Eu Amo Música" Quem tem a necessidade de participar de uma comunidade em que as pessoas amam música. Hello, você está na terra. você fala português. você ama música.
"Eu Amo Chocolate" What is there to talk about? ai cara, eu gosto quando vem cookies. jura? eu gosto dele branco. Nossa verdade. branco é muito bom!
mas a mais bizarra é "Eu Amo Meu filho" que dispensa comentários

É essa febre de orkut de ter 34536 comunidades. Mas mais inútil ainda, é participar de diferentes debates sobre como a Katilce foi sortuda em ter dançado com o Bono, ou com quem a pessoa de cima se parece.

Outro dia estava Assistindo "Eu, Você e Todos nós" e a moça falou que não existiria Internet se não fosse pela AIDS. As pessoas morrem de medo de serem contaminadas que tem que ter uma distância para existir contato. mas agora acho que a distância é tão grande que o contato é forçado, desnecessário e estranho. Não há uma razão para conversar com ¤Carol¤ « Desperate Cry » sobre porque a gente quer Yakult de 2 litros. Mas a gente conversa.

Enquanto vejo essa barrinha vertical ficar piscando porque não escrevo nada, fico pensando no que poderia escrever para continuar mantendo um canal de comunicação com algum corajoso que ouse ler isso daqui. eu sei quem são vocês, posso contar no dedo. mas o que me importa agora não são os leitores desse blog. É a minha vontade de estabelecer um canal de comunicação com alguma coisa virtual e abstrata. como uma conversa de MSN. "Oi. Oi Tudo Bom. Tudo e você? Tudo. q c conta? nada e você? nada. Que bosta, neh? Total."
A conversa acaba, você fica mais duas horas no MSN falando com quem teve uma fofoca melhor até sua mãe te mandar dormir ou jantar. aí você retoma a "conversa": "Mal tenho que ir, mais tarde a gente se fala. Ah que merda, tah bom. É que merda, mas tenho que ir, bjão. bjs." E a conversa nunca é retomada. porque não há conversa. o estabelecido foi o canal, não foi o assunto. e isso é, de fato, muito triste. Mas é necessário. porque pegar AIDS pode tirar a vida da gente.